Até agora, a atenção dos posts sempre foi voltada para nossa experiência de intercâmbio na Irlanda, tendo o Brasil como coajuvante, tendo suas aparições somente quando as palavras "comida", "família", "amigos", "calor" e "saudade" estavam presentes.
A questão deste post agora é inversa. Por quê? Bem, mesmo estando longe do Brasil, procuramos nos manter informados do que acontece em todo o mundo, inclusive na terra tupiniquim. Isso significa, ter a página do UOL como home e ler várias vezes ao dia as notícias que vão sendo atualizadas.
Muitos antes de virmos para a Irlanda, já víamos algumas mudanças que eram claramente uma inspiração no modo europeu de fazer as coisas. Agora, vemos algumas "implementações" brasileiras que (com a breve vivência na Irlanda) podemos ver como parece que um pedaço daqui vai para o Brasil.
Pouco antes de viajarmos, vimos a nova cédula de R$50,00 entrar em circulação no Brasil. Logo que foi noticiado o novo design das notas, a primeira coisa que me veio a mente foi a grande inspiração no Euro, que já era vista claramente nas moedas, em especial de R$1,00. As notas terão agora tamanhos diferentes, como acontece com o Euro.
Parecidas? Isso é coisa da sua cabeça! |
No início de Maio vi então outra notícia que me fez idealizar algo que já é bastante difundido por aqui: o tour pelos principais pontos da cidade (no caso da notícia seria em São Paulo) em um ônibus de andares. Por aqui há diversos tipos de ônibus de turismo. Alguns fazem um tour pelo centro da cidade, outros vão das ruas para o rio em veículos anfíbios, ônibus que fazem tours nos principais pontos turísticos de outras cidades que levam o dia inteiro e até ônibus fantasma (excursões de noite por castelos e cemitérios medivais com direito a susto de atores fantasiados).
Leia a breve matéria do UOL aqui.
Tour pela cidade com explicação em diversos idiomas. |
Tour Viking: em um veículo anfíbio, passeio pela cidade com elmo de chifres e explicação ao vivo e depois um passeio no rio. |
Como se parecesse pouco, na semana do dia 20 de Julho vi outra notícia que achei fantástica: as apresentações de artistas de rua foram liberados nas ruas de São Paulo, onde antes eram repreendidos por policias. Essa cultura de apresentação artística nas ruas é super comum não só na Irlanda, como em toda a Europa. E afirmo: é muito bonito. A apresentação (muitas vezes) sem pretenção de fazer dinheiro (apesar dos artistas aceitarem e agradecerem pelas moedas ganhas). Veja mais sobre a notícia aqui.
Evidentemente que com a divulgação de que o Brasil seria sede de dois grandes eventos do esporte (Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016), o governo mexe os pauzinhos para planejar, construir, reformar e melhorar em quase todos os aspectos que envolvam os turistas que virão.
Nessa euforia, as linhas de trens e metrô de São Paulo (posso afirmar por ser paulistana) ganham novos trens e estações. Além da melhoria na infra-estrutura das plataformas, linhas extendidas até o aeroporto e etc (não falaremos de aspectos negativos como a superlotação e altas tarifas, que é outro assunto, além de não terem sido criadas para esses eventos *risos).
O estado, em especial a capital do Rio investe massivamente na sua imagem, tendo nessa maré uma infinidade de pontos a favor (e alguns contra). O filme "Rio" (apesar de ser composto de inúmeros clichês), mostra exatamente o que os turistas esperam (e querem) encontrar quando vierem. O Rio de Janeiro e a cultura brasileira faz pontinhas em diversos outros filmes, como "Amanhecer" e "Velozes e Furiosos 5". Além de referências mais discretas como em "2012", "Quebrando Regras" e "Comer, Rezar e Amar" (que era impossível não incluir).
Quando se fala em dois eventos de tamanha importância e visibilidade, é inevitável deixar de notar esforços do Estado em arrancar traficantes dos morros cariocas (como visto na grande operação no final do ano passado), a revitalização de regiões e bairros decadentes do centro de São Paulo, e os grandes investimentos na melhoria da infra-estrutura e capacitação de profissionais de todos os estados e cidades do país para receber mais de 7,2 milhões de turistas só na Copa do Mundo. Para nós, como publicitários recém-formados e para todos os outros profissionais de todas as áreas, esta é uma época de grandes oportunidades, que perdurará com toda a força até pelo menos 2016.
Normal era ver jogadores de futebol sendo vendidos e ter suas habilidades futebolísticas admiradas em todo o mundo. Agora vemos a influência do que dá certo por aqui (Europa) indo para o Brasil.
Não há como (e nem é desejável) que o Brasil seja igual a Europa em todos os aspectos, pois perdemos identidade. Mas para quem já veio para cá e principalmente já morou aqui, entende o que é de dar raiva no Brasil (impostos, preços (ah esses preços!), sujeira (ambiental e política), educação,...) e o que é de se apaixonar (comida, aqui eles comem relativamente mal). Ao voltar há um longo caminho pela frente. Será que nós brasileiros seguramos a onda?
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