quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Mera Coincidência. Será?


                Até agora, a atenção dos posts sempre foi voltada para nossa experiência de intercâmbio na Irlanda, tendo o Brasil como coajuvante, tendo suas aparições somente quando as palavras "comida", "família", "amigos", "calor" e "saudade" estavam presentes.
A questão deste post agora é inversa. Por quê? Bem, mesmo estando longe do Brasil, procuramos nos manter informados do que acontece em todo o mundo, inclusive na terra tupiniquim. Isso significa, ter a página do UOL como home e ler várias vezes ao dia as notícias que vão sendo atualizadas.
                Muitos antes de virmos para a Irlanda, já víamos algumas mudanças que eram claramente uma inspiração no modo europeu de fazer as coisas. Agora, vemos algumas "implementações" brasileiras que (com a breve vivência na Irlanda) podemos ver como parece que um pedaço daqui vai para o Brasil.
                Pouco antes de viajarmos, vimos a nova cédula de R$50,00 entrar em circulação no Brasil. Logo que foi noticiado o novo design das notas, a primeira coisa que me veio a mente foi a grande inspiração no Euro, que já era vista claramente nas moedas, em especial de R$1,00. As notas terão agora tamanhos diferentes, como acontece com o Euro.
Parecidas? Isso é coisa da sua cabeça!

                No início de Maio vi então outra notícia que me fez idealizar algo que já é bastante difundido por aqui: o tour pelos principais pontos da cidade (no caso da notícia seria em São Paulo) em um ônibus de andares. Por aqui há diversos tipos de ônibus de turismo. Alguns fazem um tour pelo centro da cidade, outros vão das ruas para o rio em veículos anfíbios, ônibus que fazem tours nos principais pontos turísticos de outras cidades que levam o dia inteiro e até ônibus fantasma (excursões de noite por castelos e cemitérios medivais com direito a susto de atores fantasiados).
Leia a breve matéria do UOL aqui.
Tour pela cidade com explicação em diversos idiomas.

Tour Viking: em um veículo anfíbio, passeio pela cidade com elmo de
 chifres e explicação ao vivo e depois um passeio no rio.

                Como se parecesse pouco, na semana do dia 20 de Julho vi outra notícia que achei fantástica: as apresentações de artistas de rua foram liberados nas ruas de São Paulo, onde antes eram repreendidos por policias. Essa cultura de apresentação artística nas ruas é super comum não só na Irlanda, como em toda a Europa. E afirmo: é muito bonito. A apresentação (muitas vezes) sem pretenção de fazer dinheiro (apesar dos artistas aceitarem e agradecerem pelas moedas ganhas). Veja mais sobre a notícia aqui.


               
                Evidentemente que com a divulgação de que o Brasil seria sede de dois grandes eventos do esporte (Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016), o governo mexe os pauzinhos para planejar, construir, reformar e melhorar em quase todos os aspectos que envolvam os turistas que virão.
                Nessa euforia, as linhas de trens e metrô de São Paulo (posso afirmar por ser paulistana) ganham novos trens e estações. Além da melhoria na infra-estrutura das plataformas, linhas extendidas até o aeroporto e etc (não falaremos de aspectos negativos como a superlotação e altas tarifas, que é outro assunto, além de não terem sido criadas para esses eventos *risos).
               O estado, em especial a capital do Rio investe massivamente na sua imagem, tendo nessa maré uma infinidade de pontos a favor (e alguns contra). O filme "Rio" (apesar de ser composto de inúmeros clichês), mostra exatamente o que os turistas esperam (e querem) encontrar quando vierem. O Rio de Janeiro e a cultura brasileira faz pontinhas em diversos outros filmes, como "Amanhecer" e "Velozes e Furiosos 5". Além de referências mais discretas como em "2012", "Quebrando Regras" e "Comer, Rezar e Amar" (que era impossível não incluir).
               Quando se fala em dois eventos de tamanha importância e visibilidade, é inevitável deixar de notar esforços do Estado em arrancar traficantes dos morros cariocas (como visto na grande operação no final do ano passado), a revitalização de regiões e bairros decadentes do centro de São Paulo, e os grandes investimentos na melhoria da infra-estrutura e capacitação de profissionais de todos os estados e cidades do país para receber mais de 7,2 milhões de turistas só na Copa do Mundo. Para nós, como publicitários recém-formados e para todos os outros profissionais de todas as áreas, esta é uma época de grandes oportunidades, que perdurará com toda a força até pelo menos 2016.
Normal era ver jogadores de futebol sendo vendidos e ter suas habilidades futebolísticas admiradas em todo o mundo. Agora vemos a influência do que dá certo por aqui (Europa) indo para o Brasil.
               Não há como (e nem é desejável) que o Brasil seja igual a Europa em todos os aspectos, pois perdemos identidade. Mas para quem já veio para cá e principalmente já morou aqui, entende o que é de dar raiva no Brasil (impostos, preços (ah esses preços!), sujeira (ambiental e política), educação,...) e o que é de se apaixonar (comida, aqui eles comem relativamente mal). Ao voltar há um longo caminho pela frente. Será que nós brasileiros seguramos a onda?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Na Irlanda, Churrasco é Coisa de Brasileiro!

               De mãos dadas com a saudade da família e amigos, a falta da comida do Brasil são as principais queixas dos nossos conterrâneos. Com o passar do tempo, aquela comidinha de todo dia que você costumava ter na mesa se torna objeto de desejo, quase uma loucura.
               A realidade é que o mundo (e não seria diferente com a Europa) ganhou a visita e até estadia permanente de muitos brasileiros, facilitando assim encontrar ingredientes e produtos tipicamente brasileiros em lojas especializadas.
               Na abstinência por um churrasquinho, eis que surgiu a nós a oportunidade. Certo dia descemos até a garagem do prédio para jogar os sacos de lixo, quando nos deparamos com uma churrasqueira pequenina nos encarando. Usada, mas intacta, ela estava largada ao lado dos grandes conteiners destinados para o lixo, o que indicava que o caminhão de lixo a levaria junto. Demos risada nos indagando quem jogaria uma churrasqueira perfeita.
Não deu outra. Depois de uns dias a vendo na garagem encarando a cada um que descia com o lixo, os meninos a trouxeram para o apartamento. Apesar das gargalhadas, surpresa não foi, já que até mesmo antes de nos mudarmos para cá, já "resgatamos" 2 criados-mudos (bidês para os gaúchos), 1 gaveteiro meio capenga (que o Jonas consertou) e 2 latas médias de lixo faltando só a tampa. Podemos afirmar que jamais faríamos isso no Brasil, mas aqui não é o Brasil.
               Passaram mais de 2 semanas que ela ficou encostada no canto do corredor. Saíamos do banheiro e ela nos encarava. Saíamos do quarto e ela nos escarava. Saíamos da sala e ela nos encarava. Até ao entrar no apartamento ela nos encarava. Estava na hora de tomar uma atitude.
               Certo dia, conversa vai, conversa vem, e o casal de mineiros Elis e Léo topam fazer um churrasco na área comum ao céu aberto aqui do prédio, que dá vista de nossos quartos. Ingredientes comprados: farofa, arroz, feijão, 2 peças de picanha, linguiça, entre outros detalhes. Neste dia teve arroz, feijão, salada de maionese, farofa com linguiça e ovos picados e um pouquinho de absinto para os corajosos.
               Gostamos de nos divertir, mas discretamente. O que significa uma música baixinha e conversa em tom aceitável para o ouvido dos vizinhos. Entre uma conversa e outra, lembramos que o churrasco era feito justo na época que era comemorado a Festa Junina no Brasil. Conclusão: com um lápis de olhos preto, todos viraram caipiras. A Elis mostrou sua veia artística e todos ganharam desenhos entre sardas e bigodes em nosso churrasco Junino.
              O mais engraçado é como tudo terminou. Não propriamente o churrasco, mas o decorrer dos finais de semana. A partir daquele dia (pois fomos pioneiros em armar a churrasqueria na área), outros brasileiros do prédio "descobriram" que não havia problema de fazê-lo eles também. Durante cerca de 3 a 4 finais de semana seguintes houve churrascada. Alguns um pouco mais barulhentos que nós, outros barulhentos até demais (de chegar a incomodar, virar falta de respeito e de trazer mais umas 20 pessoas de fora para ajudar a gritar até a noite). E logicamente que descobrirmos que não éramos os únicos com churrasqueirinha escondida no apartamento.
              Demorei para fazer um post sobre isso, pois não pretendia inicialmente fazê-lo. Mas depois de ver tantos brasileiros compartilharem o sentimento de saudade da comida brasileira, é de fato um ótimo tema para balançar corações (e estômagos)!


terça-feira, 9 de agosto de 2011

À Minuta - Bolo de Cenoura



INGREDIENTES
- 3 cenouras médias
- 4 ovos (se forem pequenas coloque 5 ou 6)
- 1/2 xícara chá de óleo
- 2 xícaras de chá de açúcar
- 2 1/2 xícaras de chá de farinha de trigo
- 1 colher de sopa de fermento em pó

COBERTURA
- 3 colheres de sopa de chocolate em pó (pode ser aqueles sem açúcar, comum na Irlanda)
- 1 colher de sopa de margarina
- 1 xícara de chá de açúcar
- 4 colheres de sopa de leite

PREPARO
- Bata no liquidificador a cenoura, os ovos e o óleo durante alguns minutoas começar a ficar homogênia, e então acrescente o açúcar e bata até ficar homogênia e com a cenoura bem triturada.
- Em um recipiente despeje o conteúdo do liquidificador, vá adicionando a farinha (se for peneirada, melhor) e vá mexendo.
- Quando a massa estiver bem miturada e homogênia, adicione o fermento e mexa delicadamente.
- Despeje a massa em uma forma untada com margarina e polvilhada com farinha.
- Asse em forno pré-aquecido (entre 150ºC a 180ºC) por mais ou menos 40 minutos.
Para a Cobertura:
- Leve todos os ingredientes ao fogo, mexendo sempre com uma colher, tomando cuidado para não queimar o fundo. Desligue o fogo e despeje ainda quente em cima do bolo.

DICAS
- Para saber se o bolo está no pronto, espete um garfo no meio do bolo e se ele sair seco é porque está assado direitinho. Olhe as bordas do bolo, e se elas estiverem ligeiramente desgrudadas da forma é porque ele está pronto.
- Se a calda estiver muito grossa, adicione mais leite durante o preparo.
- Deixe a calda para fazer por último, pois se ela esfriar será quase impossível despejar em cima do bolo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cenas - Grafton Street

             A Grafton Street fica na região de Dublin 2, e é uma rua e região bastante interessante. O que predomina por lá são os comércios, todos de lojas de produtos de maior valor agregado. Entre elas, lojas como Channel, Louis Vuitton, Lacoste, lojas de relógios com dezenas de Rolex na vitrine, Apple Store entre outros. Com exceção de carros da Garda (polícia local) e carros-forte, a Grafton St. é exclusiva para pedestres. E com a tranquilidade de poder transitar ziguezagueando a rua e eventualmente parando para assistir as apresentações de atistas de rua que ali ficam todos os dias, a Grafton é certamente um lugar interessante.

Na Grafton St., pode-se ver acima das cabeças a estátua de Molly Malone.
Artistas de rua são comuns em toda a Europa, inclusive nas ruas de Dublin, e fazem isso por
algumas moedas, para divulgar um trabalho ou simplismente por puro prazer.
Viela que cruza a Grafton St. Não se engane, nela há lojas como
Channel, Hugo Boss, Louis Vuitton, entre outros.
Artista de rua brinca com menina que passeava com a mãe.
Brasileiríssimo, o nosso compatriota é uma espécie de nômade: mora durante
3 meses em cada país que passa. Em sua lista de lares temporáreos, estão
Tokyo, diversos países da Europa e o que ele considerou o mais caro: Oslo.
Ventania? Não. Só muita criatividade!
Homem e sua marionete que chamava a atenção de todos na rua, reaunindo
 tanta gente que chegava a atrapalhar o tráfego dos outros pedestres.
Shopping Stephen`s Green no final da Grafton St.